domingo, 30 de novembro de 2014

Inseguranças de uma gestante que sonha com um parto digno

Sim, faz tempo que não venho aqui escrever. Mais de um mês.
Estou com 7 meses de gestação.
Por aqui as coisas estão como devem estar: cansaço, dor nas costas, noites em claro..rs...tudo normal para uma gestante na reta final.

E claro, com a proximidade do final da gestação, as inseguranças afloram dentro de mim cada vez mais. Não é segredo pra ninguém que, desde o começo, sonho com o parto natural. Sem intervenções, sem violências. Respeitando o meu tempo e o tempo do bebê.

Estou decepcionadíssima com o sistema obstétrico brasileiro. Existem aqui duas opções: ou você se sujeita ao que os médicos querem ou você tem DINHEIRO pra bancar o parto que você quer.
Existe ainda a opção de contar com a sorte de encontrar uma equipe humanizada em um hospital do SUS.
Me encontro na terceira situação.
De ontem pra hoje eu nem dormi. Pensando, pensando, pensando.
Cheguei a desistir do meu sonho, confesso. Teve uma hora que eu pensei: É melhor eu ir pra um hospital do convênio e pronto. Pelo menos ficarei em um apartamento confortável !

Mas na Bíblia diz que não existe nada mais enganoso que o nosso coração. E eu estava sendo guiada por ele no momento desses pensamentos. Eu não estava raciocinando. 
Tudo que fazemos baseados na emoção dá errado. Se não fosse assim, Deus não teria alertado sobre seus enganos.

Acordei com a música da Ludmila Ferber na cabeça: "Nunca pare de lutar" e percebi que é exatamente isso que o inimigo da minha alma quer. Me fazer desistir. Me dizer que não sou capaz.
Mas DEUS me disse "SE EU ESTOU COM VOCÊ, QUEM É QUE PODE ESTAR CONTRA TI, ROBERTA?"
Como posso eu duvidar de algo que o próprio Deus me diz? Existe alguém mais poderoso que Deus? Existe um médico mais poderoso que Deus, um enfermeiro, alguém?

Eu não sou uma coitada e eu vou lutar até o final pelo meu filho. Para proporcionar a ele uma chegada ao mundo decente.
Plano de parto, já está pronto. Documento elaborado pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Vou protocolá-lo e anexá-lo ao meu prontuário a maternidade que vou ganhar o Antônio. Se não o seguirem, aí depois vamos ver o que fazemos.
Eu não vou me curvar, eu não vou retroceder. Se for preciso lutar, lutaremos. Se for preciso gritar, gritaremos. Com brados de vitória ergueremos as nossas bandeiras em nome do nosso Deus e saudaremos a vitória e a chegada do Antônio.

Pode dar tudo errado? Pode.
Podem me fazer uma episiotomia? Podem.
Posso sofrer violência obstétrica? Posso.
Mas viver envolve riscos. E deixar de viver não é uma opção.
Fugir antes da batalha é pros covardes. E eu não sou uma covarde !!