sexta-feira, 29 de maio de 2015

Mamãe Fitness

Olá, pessoal !!! Quanto tempo, hein?
Meu Antônio nasceu dia 26 de Fevereiro (em breve posto o relato de parto) e quem disse que tive tempo de escrever?
Mas agora estou de volta e espero postar com mais frequência.

Esse é um espaço sobre saúde e beleza e hoje o post é para as mamães que, assim como eu, acabaram de ter seus bebês.
Eu engordei enormes 24 quilos na gestação. Eu sei, eu sei. É muito. O recomendado são uns 12 quilos. Extrapolei na comida, confesso.
Desses 24, 20 já eliminei com amamentação em livre demanda. Os 4 restantes estão difíceis, amigos.
Por isso pesquisei algumas dicas do que fazer para voltar a boa forma pós-parto.
Vamos lá?

Exercícios físicos
A princípio, não são recomendados exercícios muito pesados para quem amamenta, pois eles desencadeariam a produção de ácido lático, que mudaria o sabor do leite e poderia ocasionar um desmame precoce.
Pilates, ioga e caminhadinhas leves são as atividades mais recomendadas.

Água, água e água
Se eu já batia na tecla de beber água antes, imagina agora? Nutrindo outro ser humano precisamos de 4 a 5 litros de água por dia. 
Foram muitas toxinas e hormônios acumulados durante os 9 meses e precisamos dar aquela "lavada". Sem contar que a água estimula e ajuda na produção de leite.

Durma bem
Dormir ajuda na produção de leite, o que consequentemente nos faz emagrecer. Amamentar em livre demanda corresponde a uma hora de corrida diária. Queimamos cerca de 700 a 900 calorias por dia somente amamentando.
Sei que com um bebezinho não é muito fácil dormir. Mas quando ele cochilar, aproveite e durma junto. 

Alimentação saudável
Nem preciso dizer, né?
Amamentar dá muuuuuita fome. Tem dias que me sinto trêmula se não como nos horários certinhos. O segredo é eliminar frituras, gorduras, doces, refrigerante nem pensar e comer bastante frutas, legumes e verduras.
Quem está amamentando não pode e nem deve fazer dieta. Mas podemos optar sempre por alimentos mais saudáveis. Inclusive porque vai passar pro leite e nutrir o bebê.

No mais, curta essa fase. Nosso corpo (salvo algumas raras exceções) pode levar de 6 meses a 1 ano para voltar a forma antiga. Amamente muito, brinque com seu bebê, se cuide, pinte as unhas, arrume os cabelos, sinta-se bem.
Essa é uma fase deliciosa.

Beijinhos !!

sábado, 31 de janeiro de 2015

Uma carta para Antônio

Oi, filho ! 
Hoje é dia 31 de Janeiro de 2015. Eu e você estamos juntos há 37 semanas.
E hoje a mamãe decidiu escrever pra você.
Passamos por muitas coisas juntos desde Junho. Algumas tenho certeza que daí de dentro da barriga você não entendeu muito bem. Mas quero que saiba que todas elas foram muito marcantes para a mamãe.

No dia que descobri que estava grávida de você pulei e gritei de felicidade. Quando peguei o resultado do teste de gravidez na Internet eu só conseguia dizer "Estou grávida, estou grávida !!"
Mamãe e papai espalharam pra todos a notícia tão aguardada e começamos a sonhar com a sua chegada.

Nem tudo foram flores. Mamãe teve algumas complicações no começo da gravidez. Tive sangramentos e um medo danado de perder você. Mamãe ficou 15 dias deitada, só podia levantar pra tomar banho e ir ao banheiro. E orando muito para Papai do Céu deixar você com a gente. E Ele atendeu. Filho, Papai do Céu sempre atende, viu?? 


Nós não sabíamos se você era menino ou menina. Até que descobrimos seu sexo. Papai tinha certeza que você era um meninão. E ele estava certo ! E você desde sempre teve nome: Antônio.
Quando papai e mamãe namoravam sempre falavam que teriam um menino chamado Antônio. Falávamos de você sempre. Sabíamos que você viria um dia.

A barriga da mamãe crescia cada dia mais e todos sempre perguntavam se a mamãe não estava esperando gêmeos. Que nada ! É que você é um baita meninão !!

Sei que você deve ter ouvido a mamãe chorar algumas vezes. Me desculpe, filho. Sei que isso te deixou angustiado e triste junto com a mamãe. Mas gravidez não é fácil. Um dia, você será um homem e entenderá como as mulheres se sentem na gravidez. São muitos hormônios, muias mudanças e papai e mamãe passaram por algumas dificuldades no trabalho. Mas tudo deu certo. Lembra que Papai do Céu sempre ouve?

Mamãe estudou muito durante toda sua gravidez para que você venha ao mundo da forma mais natural possível. A mamãe quer te proporcionar o melhor nascimento do mundo e quer você direto nos nossos braços assim que sair da barriga. Mamãe vai fazer a parte dela e sei que você vai fazer a sua. Estaremos juntos nessa, filho. Papai, mamãe e você. Sua irmãzinha estará em casa mas de uma forma ou de outra estará conosco tambem.
Eu peço desculpas antecipadamente se algo acontecer e tiver que ser diferente. Mas é assim que planejamos. Nós te amamos muito ! 

Esses últimos dias tem sido complicados, né, filho? Mamãe quase não dorme mais, estamos cansados. Você não tem mais espaço na barriga e mamãe sente muitas dores. Deve estar cansado de ouvir essa mamãe reclamando, né?
Mas calma, bebê. Está tão pertinho do dia que nos veremos face a face.

Hoje montamos seu berço. Sua roupinhas estão todas lavadas e passadas, Está tudo pronto. Você teve um lindo chá de bebê, ganhou muitos presentes, não te falta nada.
Você tem muito amor, uma família que te ama muito e está a sua espera.
Você pode vir o dia que você quiser. Não tenha medo. Esse mundo é grande mas estaremos juntos em tudo ! Seja qual for sua missão faremos juntos ! 

Pode vir, filho !!


quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Reta Final

33 semanas de gestação ! Uau, como o tempo passou !!
Deixei de escrever por algumas semanas pois estava numa fase mais introspectiva (e por preguiça também..rs).

Tanta coisa aconteceu. Tivemos nosso chá de bebê, que foi um dos dias mais maravilhosos de toda a gestação.
Tivemos nosso ensaio fotográfico gestante, onde meu esposo e filha participaram. E que ficou lindo !!
Tivemos consultas, Natal, Ano Novo. Alguns sustos, como um sangramento numa manhã mas que não era nada de grave, graças a Deus.

E agora me encontro com 8 meses e meio quase. Cansada, pesada, inchada.
Não sei o que é dormir mais. Meu bebê me chuta as costelas o dia inteiro.
Mas quer saber? Nunca estive mais feliz.
Pego suas roupinhas e fico sonhando com o dia que vou pegá-lo nos braços pela primeira vez.

Estou sendo acompanhada por duas doulas e estou cada vez mais convicta da escolha que fiz sobre meu parto.
Ouvi muitas coisas. Muitas mesmo. Ouvi que não serei capaz. Que a dor é muito forte. Que meu bebê pode sofrer. Que algo ruim pode acontecer.
Mas estudei muito. Me informei muito. E Deus é tão bom comigo que uma das doulas que Ele colocou no meu caminho se formou com um dos médicos de O Renascimento do Parto.

Falta tão pouco agora.
Pensar que falta um mês apenas pra conhecer o homenzinho da minha vida me deixa emocionada !!
Obrigada, Deus !!


domingo, 30 de novembro de 2014

Inseguranças de uma gestante que sonha com um parto digno

Sim, faz tempo que não venho aqui escrever. Mais de um mês.
Estou com 7 meses de gestação.
Por aqui as coisas estão como devem estar: cansaço, dor nas costas, noites em claro..rs...tudo normal para uma gestante na reta final.

E claro, com a proximidade do final da gestação, as inseguranças afloram dentro de mim cada vez mais. Não é segredo pra ninguém que, desde o começo, sonho com o parto natural. Sem intervenções, sem violências. Respeitando o meu tempo e o tempo do bebê.

Estou decepcionadíssima com o sistema obstétrico brasileiro. Existem aqui duas opções: ou você se sujeita ao que os médicos querem ou você tem DINHEIRO pra bancar o parto que você quer.
Existe ainda a opção de contar com a sorte de encontrar uma equipe humanizada em um hospital do SUS.
Me encontro na terceira situação.
De ontem pra hoje eu nem dormi. Pensando, pensando, pensando.
Cheguei a desistir do meu sonho, confesso. Teve uma hora que eu pensei: É melhor eu ir pra um hospital do convênio e pronto. Pelo menos ficarei em um apartamento confortável !

Mas na Bíblia diz que não existe nada mais enganoso que o nosso coração. E eu estava sendo guiada por ele no momento desses pensamentos. Eu não estava raciocinando. 
Tudo que fazemos baseados na emoção dá errado. Se não fosse assim, Deus não teria alertado sobre seus enganos.

Acordei com a música da Ludmila Ferber na cabeça: "Nunca pare de lutar" e percebi que é exatamente isso que o inimigo da minha alma quer. Me fazer desistir. Me dizer que não sou capaz.
Mas DEUS me disse "SE EU ESTOU COM VOCÊ, QUEM É QUE PODE ESTAR CONTRA TI, ROBERTA?"
Como posso eu duvidar de algo que o próprio Deus me diz? Existe alguém mais poderoso que Deus? Existe um médico mais poderoso que Deus, um enfermeiro, alguém?

Eu não sou uma coitada e eu vou lutar até o final pelo meu filho. Para proporcionar a ele uma chegada ao mundo decente.
Plano de parto, já está pronto. Documento elaborado pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Vou protocolá-lo e anexá-lo ao meu prontuário a maternidade que vou ganhar o Antônio. Se não o seguirem, aí depois vamos ver o que fazemos.
Eu não vou me curvar, eu não vou retroceder. Se for preciso lutar, lutaremos. Se for preciso gritar, gritaremos. Com brados de vitória ergueremos as nossas bandeiras em nome do nosso Deus e saudaremos a vitória e a chegada do Antônio.

Pode dar tudo errado? Pode.
Podem me fazer uma episiotomia? Podem.
Posso sofrer violência obstétrica? Posso.
Mas viver envolve riscos. E deixar de viver não é uma opção.
Fugir antes da batalha é pros covardes. E eu não sou uma covarde !!


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Dormir? O que é isso?

Alguém sabe o que significa a palavra dormir? Eu esqueci...rsrs
Pois é, estou bem nessa vibe nos últimos dias.
A barriga deu uma aumentada vertiginosa. O Antônio está cada dia chutando mais forte. Os exercícios físicos têm me ajudado mas ainda assim dormir está sendo um desafio.

E ficar sem dormir me deixa muito mau humorada. O silêncio da madrugada, enquanto todos dormem e eu acordada...muito ruim.
Essa noite em específico foi muito difícil. Meu marido se solidarizou porque viu que eu não ia mesmo conseguir dormir.
Deu meia noite o Antônio disse: "Oba, hora de fazer festa !!"
Quando depois de muita conversa ele decidiu nanar, minhas costas estavam me matando. Não tinha posição pra dormir. Virava pra cá, virava pra lá. Recebia massagem, levantava, me alongava. Sentava, deitava. Enfim...eram 5 h da manhã quando consegui dormir um pouco. Acordei ás 9 h. 

E maternidade é isso, meus amigos. Padecer de sono no paraíso.
Dormir a tarde pra mim está fora de cogitação. A tarde minha Gi está em casa, tenho as atividades com ela, meus afazeres.
Não estou reclamando. Apenas registrando...rsrs.
Afinal, eu já tinha me esquecido como era essa reta final da gravidez.
O bom de tudo isso? É que está cada dia mais perto do meu Antônio chegar.

Sábado vamos comprar seu enxoval !!! Eba ! Ele pelo jeito está animado também.
Acabou de me dar um chute daqueles.

Beijos !!! 

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Planejando o Chá de Bebê


Olá, pessoal. Tudo bem?
Bom, agora como não restam mais dúvidas sobre o sexo do bebê, podemos partir para os preparativos oficiais do Chá do Antônio.
Eu já tinha escolhido o tema. Seria Ursinho. Se fosse menino ou menina seria ursinho. Só ia mudar as cores.

A princípio eu ia chamar somente mulheres. Porém, muitas convidadas moram longe e dependem de seus maridos para trazê-las. Então a lista dobrou. Temos hoje cerca de 100 convidados. Mas é claro que nunca vem todo mundo. Sinceramente, eu conto com 50, no máximo.

E o que servir?
Meu chá será às 15:00 h. Pretendo servir salgados (coxinha, rissoles, bolinha de queijo, etc), torta salgada e pão com carne. Como estará muito quente, vou servir bolo com sorvete no final do chá.
Acredito que esse cardápio seja suficiente, visto que é um horário onde todos já almoçaram então seria um "lanche".
Não servirei bebida alcoólica porque nunca sirvo bebida alcoólica em festas que faço. Quem me conhece já sabe e com isso já elimino metade da lista que viria somente para beber...rsrs.
É triste mas é verdade. É nessas horas que a gente vê quem nos considera de verdade !
Servirei suco, água e refrigerante.

Decoração:
Ainda estou num impasse quanto a decoração. Se faço ou alugo.
Tenho uma amiga que trabalha com decoração de festa e estou estudando com ela a possibilidade de uma decoração simples. 
Com o calor que está fazendo, estou sem o mínimo pique pra ir pra 25 de Março comprar decoração. E às vezes, dependendo, sai elas por elas. Só o desgaste, transporte, alimentação na rua e a decoração, você já gastou o valor que usaria pra alugar. Sem contar que é poupar trabalho. Mas, nada definido ainda.

Lembrancinhas:
Vi dois tipos de lembrancinhas que gostei muito.
Essa é uma delas:
Mas é claro que usaria balinhas azuis e brancas...rs
E a outra opção são os tubetes. Também com balinha e personalizados.
Hoje, parando pra pensar, vejo que desde o início da gestação até agora, mudei de ideia completamente quanto ao tema do chá e das lembrancinhas. Motivo? Porque ter um bebê custa caro...rs
Quando a gente coloca na ponta do lápis o quarto, o enxoval, as fraldas, o chá de bebê e etc, a gente tende a reduzir os gastos mesmo.

O que pedir?
Eu vou pedir fraldas e itens de higiene pois o restante quero escolher.
Então, cada convite pedirá um pacote de fraldas e um cotonete, por exemplo.


Doces:
Eu estava quase me esquecendo de falar deles. Sou a doida dos brigadeiros. Obviamente, servirei brigadeiros. Pretendo fazer somente eles pois não é um aniversário. Deixa os outros docinhos pra festinha de um ano.
Afinal, em janeiro é o aniversário da minha princesa e terei que bolar mais uma festinha pra ela não ficar de fora das comemorações.
Mas esse é assunto pra outro post.

Beijo beijo !! 


sábado, 27 de setembro de 2014

Ser mãe é mais que uma profissão !

Eu sempre trabalhei. Desde os meus 14 anos de idade, eu trabalho.
Na época em que tava todo mundo de namoradinho, indo pra baladinha, shopping, cinema eu estava trabalhando.
Meu primeiro emprego foi o melhor emprego da minha vida.
Eu trabalhava aos finais de semana devido à escola. Acordava as 4 hs da manhã e os compadres da minha mãe e sua filha me pegavam para irmos para a lida.
Eu trabalhava em um sacolão. Em uma rotisserie, pra ser mais específica, dentro de um sacolão.
Ganhava pouquíssimo. Cerca de 40 reais por fim de semana. 
Lá eu aprendi a atender bem um cliente, noções de higiene para um estabelecimento de comida, aprendi a fatias frios, aprendi a embalar frios, aprendi TUDO sobre queijos. Aprendi como armazená-los, a temperatura ideal para cada queijo, os sabores, com que vinhos combinam, etc etc etc.
Com apenas 14 anos tinha vezes que ficava sozinha atendendo na rotisserie, pois os donos tinham duas lojas e às vezes me deixavam em uma e a filha deles em outra enquanto faziam compras.

Ganhava pouco, trabalhava bastante mas com certeza foi o emprego que mais agregou na minha vida. Aprendi a ter responsabilidade. 
Depois disso, nunca mais parei. Sempre arranjava alguma coisa pra fazer.
Uma época fui até uma oficina de costura e pegava peças para fazer acabamento em casa. Ganhava cerca de 2 a 3 reais por peça bordada. Passava a tarde fazendo isso, depois da escola. Assim tinha meu dinheirinho para comprar minhas revistinhas do Backstreet Boys, pagar meu sorvete com as amigas sem pedir pros meus pais.
Eles nunca se negaram. Mas é da minha natureza ser independente. Ou pelo menos era...Não sei.
Aos 18 anos entrei em uma empresa, onde conheci meu marido.
Saí de lá quando a Gi nasceu, pois eu não queria deixá-la na creche. A Gi tinha refluxo gastroesofágico e isso me preocupava muito. Na minha opinião, ninguém cuidaria como eu.
Quando ela completou 9 meses, fui trabalhar. Consegui passar quase 3 anos na empresa, mas toda vez que a Gi adoecia eu enlouquecia. Troquei de babá 6 vezes. Sim, 6 vezes. Por motivos diversos, inclusive maus tratos.
A gota d´água foi quando a Gi teve um problema nos rins e a minha líder na época me chamou para um feedback bem grosseiro dizendo que eu teria que escolher entre a empresa ou ficar em casa cuidando da minha filha. O que acham que eu escolhi???
A empresa me demitiu.

Depois disso, tentei trabalhar em 2 empresas mas sempre me deparava com o mesmo problema. Eu tenho um problema sério, seríssimo em delegar. Eu não consigo pedir pra ninguém fazer nada por mim. E deixar minha filha para os outros cuidarem era o fim. Eu não conseguia me concentrar no trabalho.
Foi quando abri a loja. 
A experiência anterior com atendimento ao público na rotisserie me ensinou a lidar com pessoas, mas não a gerir. Então a loja quebrou. 
Depois disso trabalhei Home Office, fiz outras coisas, me especializei em micropigmentação e design de sobrancelha e quando estava pronta para entrar para trabalhar em um estúdio de micropigmentação, descobri que esperava o Antônio.
Enfim, estou em casa. Sem trabalho. E por que decidi escrever tudo isso?

Porque tenho visto muitas mulheres, como eu, que optaram por passar um período em casa cuidando de suas crias serem apedrejadas. Taxadas de preguiçosas, de estar se "escorando" nas costas do marido, de viverem no século passado, acusadas de não querer "crescer na vida", entre outros.
Minha mãe não trabalhava fora. Ela voltou a trabalhar eu já estava com 15 anos. Ou seja, eu já tinha meu emprego. Foi quando ela viu que eu não era mais um bebê. Minha irmã tinha 20 anos.
Ela passou 20 anos da vida dela cuidando da nossa família. Ouvi muitas e muitas vezes em festas familiares minha mãe ser acusada de diversas coisas.
Mas a minha mãe foi uma mãe com M maiúsculo.
Minha mãe acompanhou nossa infância e adolescência de perto. Estudávamos em um período e no outro ela nos levava para atividades extra curriculares como ginástica olímpica, natação, etc. Consultas médicas estavam sempre em dia, dentista, reuniões escolares. Minha mãe tinha um relacionamento pessoal com todos os meus professores. 
E enquanto as pessoas falavam que ela não ajudava meu pai, ela estava nos dando aquilo que havia de melhor.
Quando eu entrei na primeira série, eu já sabia ler e escrever. Quem me ensinou? Minha mãe. Com 5 anos ela comprou um caderno de caligrafia e começou a nos alfabetizar em casa. A professora Vera Lúcia, da primeira série, simplesmente não acreditou quando no primeiro dia eu li um texto na cartilha sem gaguejar. E eu nunca tinha ido pra pré-escola.
Meu pai NUNCA quis que minha mãe trabalhasse. Pelo contrário, quando ela cogitava diante de alguma dificuldade, ele sempre dizia que estava em paz na rua para trabalhar pois sabia que ela estava em casa cuidando das filhas. E que se ela tivesse que sair, não seria mais a mesma coisa.

É óbvio que nos dias de hoje, 90 % das mulheres não pode fazer isso. Tem mulher que sustenta a casa sozinha. Tem mulher que precisa trabalhar porque o salário do esposo não dá. Eu não estou aqui para levantar a bandeira que mulher tem que ficar em casa. Eu vou chegar onde quero...
Eu só queria entender porque as mulheres que podem e que escolhem fazer isso são apedrejadas pelas outras mulheres? Que estufam o peito e se dizem guerreiras e trabalhadoras por trabalharem e serem mães. O fato de não trabalhar fora, de levar minha filha na escola, de buscá-la na escola, de estar com ela o tempo todo, me torna menos mãe?
É como se guerreiras fossem só aquelas que trabalham fora, chegam tarde e ainda tem tarefas a fazer. Admiro muuuuito pois não é fácil. Não é fácil trabalhar o dia todo, pegar ônibus lotado, trem, metrô e depois chegar em casa, lavar roupa, estender, dar banho em criança, fazer jantar, ser esposa, etc etc etc.
Só que ficar em casa não é fácil também. É renúncia. É você dizer não pra sua carreira profissional por alguns anos pra cuidar de alguém. É ser taxada disso ou daquilo. É ouvir um "Quando você vai trabalhar pra ajudar seu marido?" ou "Também, você não trabalha, né?".
Ficar em casa é ajeitar toda a casa, fazer a comida, esperar a criança chegar da escola, dar banho, fazer lição, levar para as atividades extra curriculares, dentista, pediatra, fazer jantar, esperar o marido chegar cansado e muitas vezes estressado do trânsito e do trabalho. É ser psicóloga, amiga, professora. 
Ficar em casa é não ser mais a Roberta. É ser a mãe da Giovana e do Antônio. É se anular completamente para ter a certeza que seus filhos estão bem cuidados.

Se sinto falta de trabalhar? Muita. 
Se vou trabalhar quando o Antônio nascer? Meu marido já pediu para eu ficar um ano em casa. Eu sei que não aguento e vou arranjar minhas coisinhas pra fazer. Meus bordados, meus doces, bolos pra vender, enfim...
Se pretendo voltar a estudar? Óbvio !!
Só que hoje, na minha vida, a prioridade são os meus filhos. E eu queria saber onde está o erro nisso. Eu estou negando a minha vontade, o meu querer pelo bem deles. Eu acho que isso também é ser mãe, não? 
E pra quem diz que eu não ajudo meu marido..olha, ele não tem reclamado. Muito pelo contrário. Ele me agradece por estar renunciando pela nossa família. E ouvir essa gratidão é muito recompensador. É quase como receber uma promoção do chefe...rs

Ficar em casa estressa, chateia, cansa. Sim, cansa. Porque é todo dia a mesma rotina.
Mas o que me conforta e me dá forças pra isso é lembrar do quanto minha mãe renunciou. E do quanto ela foi essencial para minha irmã e eu sermos as pessoas que somos hoje. Ela estava sempre por perto. Isso me trazia segurança.
Saber que eu ia chegar da escola, com a mochila pesada e ia encontrá-la na cozinha com o almoço na mesa era muito bom ! 
Ou então quando chovia na saída da escola e todos iam correndo com os cadernos na cabeça pra casa, eu olhava e lá estava ela do outro lado da rua com meu guarda-chuva. 
Ela ficou disponível. Minha mãe não é formada em nada. Ela não fez faculdade. Ela terminou o ensino médio encorajada por mim. Eu ia com ela pro supletivo, ajudava nas lições, nas equações. Era uma forma de retribuir o que ela fez por nós. Ela foi muito acusada. Muito julgada. Mas ela foi a melhor mãe que ela podia ser.
E quer saber? É isso que eu almejo pro meu futuro. Ser a melhor mãe que eu puder pra Gi e pro Toni.